ESTAÇÃO

Lá fora o frio faz o vidro de lousa 
Meus dedos apontam solidão ao te escrever
Teu nome na janela virou paisagem
rastro da saudade que ficou por você..


As gotas brincalhonas de sereno
escorregadias se jogam entre as vogais
elas vão deformando seus vestígios
como o pranto de quem não aguenta mais.


Talvez seja o frio lhe impeça de voltar
inverno que tomou nossos corações nos afastou
Não tivemos paciência para esperar o tempo quente
Nem chegamos a criatividade de criar uma nova estação


Espero agora despedir-me das nuvens cinzas
quero voltar as noites que enxergava seu olhar
quero sentir o calor da manhã como o toque das suas mãos
Espero você aqui de volta nas catracas de uma qualquer estação.


Aut Marcos Danilo Bassan