terça-feira, 8 de maio de 2012

Além do óbvio.























Existe algo atrás do óbvio
que nos diferencia ao encontrar
uma peça que nos completa
nossa imagem feita de ar.

A gravidade que nos firma
a luz que cerca a sombra, iluminar
uma face com olhos que não se vêem
dois mundos de um mesmo lar.

Somos bem e mal, ou nenhum dos dois
Frutos do agora, resultantes do depois
construtores da história em demolição
vigilantes dos nossos medos, aparição.

E o que mais nos confunde no viver?
De onde viemos ou aonde vamos ao morrer?
Temer ao inexistente é temer a nada
Prender-se ao subsolo por temer a escada.

Viva o que te traz segurança
sinta todo mundo feito de ar
sinta o abraço da abstração
cultive a força da sua alma.

Aut. Dan Bassan


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Velha nova vida.


















Aprendi a reconhecer o óbvio
para evitar viver histórias ruins.
Precisei esquecer o ódio
para não amar o que faz mal a mim.


Desprendi-me de todo vício
para ser livre e variar ás opções
Mas precisei ser firme e focar
Para viver e não somente experimentar.


Vou dando voltas em minha vida
vivendo as mesmas coisas de forma diferente
a vantagem de concertar o erro sem voltar
é que evitamos nos perder novamente


Agora admiro as pessoas lá fora
vejo-as da janela, viverem minha vida
Sem me importar, sem sentir saudade
Valorizando o reino presente que construí.


Que elas aproveitem mais que eu
que eu aproveite bem a nova vida
que eu seja mais feliz do que eu era
que sejam felizes na vida que eu as deixei.


Aut. Marcos Danilo Bassan

sexta-feira, 4 de maio de 2012

No Caminho



















________________________________




Vi-me no pôster velho na parede
E quase não me reconheci
Fui afetado pelo ciclo vicioso dos anos
Fechei a porta e parti.

Eu vi pedras se somarem no caminho
dobrando os joelhos no meio da jornada
exausto, debilitado, com fé
tive força o bastante para me rastejar.

O barro se formou na minha saliva
E comi o que diziam minha origem
Eu revivi, reneguei minha existência
Fiz da minha vida meu presente.

As bagagens do passado deixei para atrás,
na mochila só o necessário pra sobreviver
Não gastaria outra vida sem tentar
Nem ousaria lutar pra não viver.

Não sei quando chegará o fim desse caminho
E nem almejo sua adiantada aparição
Meus passos terão a força da minha vontade
dando a velocidade e o tempo certo pra voltar.

Um até logo para quem me espera
um adeus para quem não acredita
trarei noticias que nunca vão lhe pertencer
mas dobro os joelhos novamente e conto tudo...
Outra vez.


Aut. Dan Bassan